Cidade de 15 minutos: economia de tempo e qualidade de moradia
Quem escolhe morar numa cidade grande busca ter fácil acesso a tudo: Trabalho, lojas, serviços, restaurantes, lazeres, outras pessoas… Essa diversidade de opções é o grande atrativo de viver em uma área urbana.
No entanto, nem sempre estar em uma metrópole significa estar perto disso tudo. Em São Paulo, por exemplo, o processo acelerado de crescimento no início do Século XX acabou afastando algumas regiões dos grandes centros comerciais da cidade. Os moradores dessas áreas acabaram sendo reféns dos carros e do transporte público para chegarem nesses locais.
Para resolver esse problema, comum nas grandes capitais do mundo, o professor Carlos Moreno, diretor de empreendedorismo e inovação da renomada universidade francesa de Sorbonne, criou o conceito de Cidades de 15 minutos.
Nele, o professor defende a priorização do tempo quanto ao espaço, projetando bairros que funcionariam como pequenas cidades, oferecendo diversidade, acesso e criando um novo relacionamento dos moradores com os ritmos da metrópole.
Características de uma cidade de 15 minutos
Essas são as 4 principais características apresentadas por Carlos Moreno em seu projeto:
- Proximidade: Serviços devem estar disponíveis a uma distância de, no máximo, 15 minutos de caminhada.
- Diversidade: Essas áreas devem apresentar alternativas suficientes para uma experiência urbana completa.
- Densidade: As regiões devem abrigar uma quantidade de moradores e comerciantes que a mantenham sustentável.
- Onipresença: Essas pequenas cidades devem se expandir por toda a metrópole, para que todos os cidadãos possam morar dessa forma.
Tempo: nosso bem mais precioso
Com esses pontos, Moreno argumenta em favor do que ele chama de crono-urbanismo: Como as pessoas gastam seu tempo é um fator que está diretamente ligado com a qualidade de vida. Nós devemos adaptar as cidades para que os moradores se movam com mais praticidade de um ponto para o outro, otimizando o tempo, considerado pelo especialista nosso bem mais valioso.
Os benefícios desse conceito são diversos: além do aumento da qualidade de vida, o projeto também é ecologicamente sustentável, impulsiona a economia e diminui o trânsito e a lotação dos transportes públicos, deixando essas opções mais confortáveis e menos estressantes.
Como avaliar os “paraísos do pedestre”
Algumas ferramentas ajudam a medir o quanto esse conceito está sendo aplicado em certos locais. É o caso do Walkscore, que usa os dados de uma região para, de forma matemática, dar uma nota de 0 a 100 ao endereço.
Se essa avaliação for acima de 80, o lugar é considerado um “Paraíso do Pedestre”, ou seja, uma localização onde todos os serviços estão a uma caminhada de proximidade.
Em cidades como Paris, o poder público está tomando iniciativas para descentralizar cada vez mais o comércio e forçar a criação dessas pequenas cidades. Voltando para São Paulo, o processo é um pouco mais orgânico e a distribuição natural de estabelecimentos já cria algumas regiões que se gerenciam dessa forma!
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