Financiamento imobiliário pode oferecer mais vantagens que consórcio
Com a expansão do crédito ficou mais fácil comprar um imóvel. Como muitos compradores têm recursos para dar parte do valor do imóvel, mas não o total para quitar à vista, parcelar é a melhor solução. Enquanto alguns optam por adquirir o bem utilizando recursos do financiamento bancário, há aqueles que buscam outros meios, como o consórcio.
Tanto um, quanto outro são alternativas que devem ser consideradas. Por isso, é bom saber como cada um funciona antes de fazer a escolha.
Consórcio
Para quem não tem tanta urgência de adquirir e morar no imóvel, a modalidade de consórcio por ser uma opção interessante.
Nesta forma de aquisição de crédito, os participantes pagam mensalmente as parcelas, mas só realizam a compra depois de serem contemplados ou da quitação de todas as parcelas.
O crédito é cedido por meio de sorteios e de lances. Para participar, basta estar com a mensalidade em dia e, se for contemplado, o consorciado recebe a carta de crédito para a compra do bem.
Ao aderir o sistema e pagar a primeira parcela, a pessoa já pode propor um lance no próximo mês.
O valor das mensalidades é constituído pela parte correspondente ao valor do imóvel, somada à taxa de adesão, mais tarifa de administração, fundo de reserva e seguro.
Esses valores são reajustados a cada aniversário de 12 meses do contrato pelo Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) ou Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Caso não tenha sido sorteado, o participante também pode dar um lance, ou seja, fazer uma oferta para ser contemplado. Porém, mesmo que a pessoa decida dar um lance alto, pagando uma boa parte do imóvel, não há garantia de que alguém não dê um lance maior e o obrigue a esperar mais pela carta de crédito.
Uma boa pesquisa é fundamental
Muitas pessoas entram em consórcios imobiliários acreditando que por não cobrar juros eles são muito mais vantajosos do que os financiamentos, mas é bom ficar atento, pois existem algumas situações onde esse benefício acaba não sendo tão bom assim.
Adquirir um consórcio, pensando em investir somente uma parte do valor do imóvel é algo desaconselhável. Isso porque, não existe a possibilidade de oferecer a carta de crédito como entrada e financiar o restante. O imóvel adquirido por consórcio fica hipotecado à administradora até a quitação de todas as parcelas, o que impede a contratação de um financiamento.
Por isso, é muito importante pesquisar o valor total do bem antes de adquirir uma carta de crédito para que a dívida seja paga integralmente.
Um ponto a ser observado com muita atenção é que se, no período até ser contemplado, o bem escolhido sofrer valorização e esse acréscimo for maior que o aumento da própria carta de crédito, que é corrigida pelo INCC, o comprador terá de adquirir um outro imóvel, que se adeque ao valor da carta de crédito, ou juntar mais dinheiro até que atinja o valor do bem desejado.
Se antecipar o pagamento de parcelas, o consorciado continuará pagando os mesmo percentuais de taxas embutidos nas prestações, sem redução do valor até quitar o montante total.
Financiamento
Para aqueles que não querem esperar ou preferem ter uma data definida para começar a morar no imóvel, o financiamento imobiliário é a melhor alternativa.
Aos que escolhem essa opção, há algumas vantagens consideráveis e que podem pesar na decisão.
Nos últimos anos, as taxas de juros de algumas linhas de crédito imobiliário foram reduzidas e os prazos para pagar as parcelas, estendidos, podendo chegar até a 35 anos. Com isso, os consórcios se tornaram menos competitivos.
A vantagem de poder escolher
Atualmente, o que diferencia um banco do outro são as condições de pagamento, como as taxas de juros cobradas, tempo de duração dos contratos e quanto do valor do imóvel pode ser financiado.
Por isso vale uma boa pesquisa para saber sobre todos os critérios, informações e taxas, antes de escolher a instituição pelo qual será feita a linha de crédito.
Depois de escolhida a modalidade, é indicado que a pessoa que pretende adquirir um novo imóvel entre em contato com a incorporadora responsável pela obra, pois ela indicará uma empresa especializada para prestar assessoria sobre os trâmites burocráticos e esclarecer todas as eventuais dúvidas que envolvem o processo.
Em geral, é mais fácil procurar o banco financiador da obra, pois ele já possui os documentos da construtora. Em muitos casos, fazer a transferência para outra instituição pode sair mais caro no final, além de demorar mais tempo até que o valor seja liberado.
Outra vantagem do financiamento imobiliário em relação ao consórcio é a forma de uso do FGTS. Em ambos os casos é possível utilizar o fundo para abater a dívida, porém no caso do consórcio o uso só é possível se o contratante for contemplado. Já no caso do financiamento, o comprador pode recorrer a essa alternativa em mais situações, como para abater parcelas ou quitar o montante total.
Dependendo da forma de amortização, as taxas de juros do financiamento sempre estarão vinculadas ao saldo devedor. A vantagem é que se você quiser adiantar parcelas ao longo dos anos, você diminui também a quantidade de juros, o que não acontece nos consórcios.
Planejamento é essencial
Porém, antes de optar por qualquer modalidade de crédito para aquisição de um imóvel, seja ela consórcio ou financiamento, o consumidor deve analisar qual é a melhor forma de pagamento, levando em consideração seu orçamento mensal e nunca comprometendo mais do que 30% de sua renda.